quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Olha a borboleta que se atira ao ar...

"Descansa no colo da rosa
borboleta, na verdura.
Vai formosa, insegura,
bate as asas, voa e pousa
e parte de novo à procura"
(in Enciclopédia da Música com Bicho - tomo II Borboleta)

Como prometido, cá estou para vos apresentar as Borboletas Mariéte.

As Mariéte, sendo anãs, são tão amigas
do peito como as suas primas.
É caso para dizer: a amizade não se mede em altura...

Sim, sim: não se percebe qual a diferença radical entre as Mariéte e as Léta. Concordo. Vistas as coisas desta maneira...

A grande diferença é, na verdade, uma pequena diferença: as Mariéte são anãs!

Creio que assim se vê, melhor, a diferença entre as primas. As Mariéte, sendo mais pequenas, demoram menos tempo a nascer:
ao todo, cerca de cinco horas, desde que saem do casulo da imaginação.

E por falar em casulo, vejam só quem nasceu há dias: o Gomo de Nuvem.


O Gomo de Nuvem nasceu num dia de muito, muito frio.


A personalidade é uma coisa que se "vê" logo in utero.

Pude constatar isso com o Papaxuá, a Pókónhé e o Panhónhó.

Cada um de seu feitio. A partir do momento em que nasceram, então, tornou-se por demais evidente.


O Gomo de Nuvem é igual: assim que nasceu evidenciou logo que é um excelente amigo para dormir. A sua nuvem de alfazema perfuma os sonhos e adoça os pesadelos.


O Afonso aprovou com satisfação.

É quase como um antigo anúncio: "e porque o meu gato está bem, eu estou bem".

Por falar nele, ei-lo que chama. O Afonso, não tendo uma nuvem de alfazema (parece-me), também adoça os sonhos e perfuma o ar com risinhos e "nãos"...

Até breve.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

É tão bom uma amizade assim. Sabe bem saber com quem contar...


E, como dizia certo refrão de uma outra canção:
"Por incrível que pareça, por incrível que pareça,

Não há nada, não há nada, que não nos aconteça."



((O resto do refrão deixo aqui, dupla-parenteticamente, pois não tem nada a ver com o post de hoje. Serve apenas para os saudosistas recordarem A Árvore dos Patafúrdios. Rezava, pois assim, a conclusão do refrão: "Oh, sorte malvada. Que vida desgraçada. Ai-ai, ai-ai, ai-ai, ai-ai."))



Sem querer parecer a entrega de uma qualquer cerimónia de uns quaisquer prémios, impossível não agradecer AQUI e AGORA à força impulsionadora do Miguel, da Lurdes, da Fernanda Roma, da Anabela Pereira, da Ana Henriques, da Ana Timóteo, da Dulce, da Carla Cordeiro, da Cristina Trindade, da Sofia Eurico, da Sofia Paulo, da Maria João, da Rute, do Filipe Torrado...





Agradeço os incentivos e, nos casos particulares da Lurdes e da Carla, o esforço pela recuperação de algumas das fotos manientas que se remeteram ao silêncio, fechando-se à chave dentro do meu computador. Pior: partiram a chave na própria fechadura e o dito vai mesmo ter de ser arrombado.


Evidentemente que os maiores culpados de tudo isto são, indubitavelmente, estes serezinhos...


Apresento-vos, da esquerda para a direita:
Papaxuá, Panhónhó e Pokonhé
ou, se preferirem,
o João, o Afonso e a Ana.

São, de facto, radicais as mudanças que ocorreram desde que eles apareceram na minha vida, ou eu na vida deles (dependendo esta inversão das crenças teórico-filosóficas de cada um).

Algumas delas prendem-se com o retomar da brincriação (desculpe o roubo, admirável Mia Couto...). A minha infância, feita de brincar, aprender, sonhar, criar, inventar, destruir, recomeçar, adiar...

Cresci.
E tudo se alterou (ou quase tudo, para não cometer nenhuma injustiça universal...).

De há dois anos para cá - e a alteração decorre da frequência do meu João num jardim de inspiração Waldorf - os bazares de Natal, alguns fins de tarde tricoteiros, a construção de pequenas oferendas personalizadas, a manufactura de brinquedos, entre outros aspectos, devolveram-me o gosto pelo natural, pelo verdadeiro, devolveram-me o prazer da construção, do trabalho manual, da criação.

Empolguei-me (embloguei-me, agora, também seria um termo aceitável) e o resto vocês já sabem: comecei a aceitar alguns pedidos, fazendo móbiles, brinquedos e acessórios por encomenda.

Fica, desde já, a promessa: recuperadas que estão algumas das fotografias, vou apresentar-vos algumas das minhas peças que, actualmente, esperam adopção.


Estas são as Borboletas Léta.
As Léta são de uma raça muito peculiar.
Adoram rir e são verdadeiras amigas do peito...
Cada uma delas demora cerca de sete horas a nascer.
Uma eternidade ...


Amanhã apresento-vos as Borboletas Mariéte. Primas das Léta, mas de raça anã.


Preparo-me, agora, para ir caçar uma outra bicharoca muito, muito rara: a Pókónhé!



Até amanhã.

Isabel Aleixo.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Mas lá que as há, há!!!


E não é que, mesmo não acreditando completamente em «boas» ou «más horas», fui logo criar o Dácámisso um dia antes de se me avariar o computador com tudo o que é fotos e tudo e tudo lá dentro???

É que nem «uminha» foto eu tenho em mais lado nenhum...

E, digamos, que isto, assim, off the image, não tem lá muita piada...

De qualquer modo, à semelhança do que fui adiantando na sessão de abertura deste blog...

Ai! Lembrei-me agora de repente que até, talvez, tenha uma ou outra foto.

Vou procurar e já volto (é a piada que isto tem: quando alguém ler o "já volto", é já, mesmo, mesmo).

Achei! Achei o meu Pi-piu pregadeira perdido numa mensagem de e-mail (ai como eu queria saber ter a foto AQUI!!! e não ali em cima...)

Agora, retomo o que há pouco dizia:

À semelhança do que fui adiantando na sessão de abertura deste blog, executo trabalhos artesanais, cujo desenho é de autoria própria, ou seja: são, como agora é moda chamar, «bonecos de autor».

Eles nascem, às vezes, da união de uma ideia a um papel e um lápis (relação trígama, portanto); outras vezes nascem directamente da cabeça para as mãos (quase, quase geração instantânea); quando é muita a emoção, passam e poisam, primeiro, no coração. Demoram-se por lá e, por fim, descem e saem pelas minhas mãos, devagarinho, a ponto e ponto.

Todas as peças que executo têm nome próprio e levam consigo outros segredinhos (para não serem, em caso algum, confundidas ou trocadas por outras), caso se percam do dono.

Algumas partilham uma aparentada forma básica (porque trabalho sem moldes, mas aproveito as ideias), mas nunca saem iguais, iguais! Até porque, quem cose um ponto, acrescenta-lhe um conto... (Sim, puritanos, bem sei que o provérbio não é assim...).

É, também, isso que desejo que as minhas peças façam: que contem/digam algo a quem as possua, sussurando ou gritando aos quatro ventos a sua presença.
Por razões que têm a ver com a minha forma de estar neste Planeta, utilizo, preferencialmente, materiais naturais: lã de ovelha cardada, feltro de lã, madeira, vidro, algodão

Raramente faço uso da máquina de coser, até porque sou uma autêntica naba nas mãos de qualquer máquina extraordinariamente fabulosa. O problema é meu, bem sei... Acredito que elas mordem; aliás: já vi uma morder a sério. Tinha eu, talvez, 5 anos. Não gostei do que vi. Jurei, então, nunca me tornar fiel amiga de tal objecto.
Desde então, tornei-me, pois, numa manufacturiente convicta.

E como a coisa já vai longa, vou dedicar-me ao estudo de como pôr o blog a funcionar tal como eu o imaginei.

No meu caso, e como seria de esperar, a coisa sai mesmo ao contrário: é ter os ovos e não saber fazer omeletes...


Até breve.
Isabel Aleixo

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Dar ou não dar? Nascer e depois esperar...

Acabei de nascer, oficialmente.

Espero que a hora seja astrologicamente favorável...

Não que acredite muito ou pouco na coisa, mas na eminência de, mais vale prevenir.

O «Dácámisso» pretende ser um espaço de partilha.

Partilha de criações artesanais pessoais; partilha de pontos de vista; partilha de emoções; partilha de vivências; partilha de sonhos; partilha de tempo...

Antes que a questão se coloque, «Dácámisso» é uma corruptela infantil de «Dá-me cá isso!». Assim mesmo: em pleno Imperativo.

A expressão nasceu da minha filha Ana, hoje com três anos.

Sempre que lhe mostrava alguma peça das que eu fazia para ofertar os amigos ela gritava «Dá cá misso! Dá cá misso!». Por vontade dela, ficava cá tudo em casa.

Mas, para vontade dos tais ofertados - e por certa disponibilidade involuntária de tempo - comecei a elaborar outras e outras peças, vendendo-as por encomenda.

Passada a azáfama do Natal, prometi a mim mesma que iria criar um blog.

Aqui está ele e vamos lá ver como decorre esta experiência.